PROCISSÃO DE ENTERRO

De repente, a cidadezinha
foi se entristecendo…
O céu ficou pesado, cinzento…
As luzes se enfraqueceram
e deu um peso nos corações.

Era hora de sair o enterro
do Cristo, do Salvador,
pelas ruas da cidade.

Cântico muito triste, luto,
velas, terços, cabeças baixas,
peso no peito, olhos meio cerrados.

Nunca se viu tanta gente
nem agrupamento mais sofrido.
Levaram o Cristo e lavaram
com lágrimas aquele chão.

No outro dia, seria aleluia.
Depois, a ressurreição.
Sábado e domingo de festas,
rezas, comes e bebes,
bailes, namoros e abraços.

Mas a sexta-feira é toda da paixão.

In Aquarelas do Brasil